maioria das doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão e diabetes, pode ser prevenida com a adoção e a manutenção de um estilo de vida saudável. Prova de que os brasileiros estão cada vez mais preocupados com a prática regular de exercícios físicos, foram registradas, em 2021, mais de 5,8 milhões de participações de usuários em 373,5 mil atividades coletivas de práticas corporais no ano de 2021.
Os dados são do Ministério da Saúde que oferece, via Sistema Único de Saúde (SUS), diversas opções para quem deseja se exercitar de forma gratuita e assistida nos estabelecimentos da Atenção Primária à Saúde (APS), a principal porta de entrada da rede pública de saúde. Atualmente, o Brasil conta com 7.479 profissionais de educação física, que são os responsáveis pela realização da maioria dessas atividades.
As atividades podem ser encontradas em Unidades Básicas de Saúde (UBS), polos do Programa Academia da Saúde e outros espaços. Entre elas estão caminhadas, alongamento, danças e ginásticas, que podem variar de acordo com o município. Neste 6 de abril, Dia Mundial da Atividade Física, a diretora do Departamento de Promoção da Saúde, Juliana Rezende, ressaltou a importância de ter hábitos saudáveis e o papel fundamental do SUS.
“Importante estimular comportamentos saudáveis e promover hábitos que trazem bem-estar, promovam a saúde e previnem problemas de saúde. A expectativa é que aumentemos o número de profissionais na rede, com a inclusão de 13 novos procedimentos passíveis de registro nos sistemas de informação e com a atualização da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) dessa categoria”, contou em menção à Portaria nº 15, de janeiro de 2022.
Outras ações federais
Reconhecendo a importância das práticas corporais na vida das pessoas, o Ministério da Saúde lançou, em 2021, o Guia de Atividade Física para a População Brasileira. Com versões em português, espanhol, inglês, áudio e braile, a publicação traz recomendações e informações para todas as idades, incluindo a quantidade e a intensidade necessárias de exercícios para que a população seja ativa fisicamente e obtenha mais benefícios para a saúde e melhor qualidade de vida.
O guia também conta com uma versão com orientações para gestores e profissionais de saúde. Também no ano passado, foram lançadas as Recomendações para o Desenvolvimento de Práticas Exitosas de Atividade Física na Atenção Primária à Saúde do Sistema Único de Saúde. Esse documento tem como objetivo auxiliar os profissionais de saúde a planejarem e avaliarem as práticas de atividade física para torná-las replicáveis e sustentáveis no SUS, além de propiciar maior participação e autonomia dos usuários.
Outra iniciativa importante é o portal Saúde Brasil, que publica textos, podcasts e vídeos que contribuem para que os brasileiros adotem hábitos de vida mais saudáveis, incluindo a prática de atividade física, de forma simples e acessível. Recentemente, o Ministério da Saúde lançou, na funcionalidade Peso Saudável do aplicativo ConecteSUS, um programa de 12 semanas para auxiliar a população a ser mais ativa fisicamente e a se alimentar de modo saudável. Nele, a cada semana são apresentados conteúdos e propostos desafios.
Por último, o Programa Academia da Saúde, implementado em municípios de todos os estados do País, também contribui para o estímulo da prática de atividade física. Pessoas de todas as idades podem participar das práticas e dos atendimentos ofertados, que são vinculados às UBS e integram profissionais de saúde. Entre em contato com a secretaria de saúde do seu município e saiba se ele oferece polos da Academia da Saúde.
Dicas do Ministério da Saúde
No Brasil e no mundo, grande parte da população ainda é inativa fisicamente, ou seja, não pratica nenhuma atividade física ou não atinge a quantidade de exercícios recomendada para a sua faixa etária. Confira a seguir as recomendações do Guia de Atividade Física para a População Brasileira por idade:
• Crianças de até um ano de idade devem ficar, pelo menos, 30 minutos por dia de barriga para baixo (na posição de bruços);
• Crianças de um a cinco anos devem praticar, pelo menos, três horas por dia de atividades físicas, sendo que elas podem ter qualquer intensidade para aquelas que têm entre um e dois anos. No caso das que têm de três a cinco anos, ao menos uma hora deve ser de intensidade moderada a vigorosa;
• Para as crianças e os adolescentes de seis a 17 anos, a recomendação é que sejam realizados 60 minutos ou mais de atividade física por dia, incluindo, em pelo menos três dias na semana, atividades de fortalecimento de músculos e ossos;
• Indivíduos adultos e idosos devem realizar, pelo menos, 150 minutos de atividades físicas de intensidade moderada por semana ou 75 minutos de atividades de intensidade vigorosa por semana, sendo que as práticas de diferentes intensidades também podem ser combinadas para que seja atingida a recomendação total;
• Também é recomendado que adultos e idosos incluam atividades de fortalecimento de músculos e ossos em pelo menos dois dias na semana e atividades de fortalecimento de músculos e de equilíbrio de duas a três vezes por semana, em dias alternados, respectivamente.
As atividades físicas de intensidade leve são aquelas que exigem mínimo esforço físico e aumentam sutilmente a respiração e os batimentos cardíacos, como cuidar do quintal (entre outros serviços domésticos), caminhar e fazer alongamentos. As atividades de intensidade moderada fazem a respiração ficar mais rápida que o normal e aumentam moderadamente os batimentos do coração. Alguns exemplos são: carregar pesos leves, pedalar leve na bicicleta e dançar.
Já as de intensidade vigorosa exigem grande esforço físico, fazem a respiração ficar muito mais rápida que o normal e aumentam bastante os batimentos do coração, como é o caso da corrida, das ginásticas aeróbicas e dos esportes em grupo, entre eles o futebol e o basquete.
Entre os benefícios da prática de atividade física estão a melhora da qualidade de vida, do humor, da disposição e da interação com outras pessoas e com o ambiente, a manutenção do peso corporal saudável e a prevenção do desenvolvimento e do agravo de diversas doenças crônicas não transmissíveis.
Fonte: Ministério da Saúde