MDR apoia produção de ferramenta para identificar áreas compatíveis com a produção de mel orgânico

rasília (DF) – O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) busca expandir o alcance e a qualidade do mel produzido em localidades integrantes da Rota do Mel, que integra a Estratégia Rotas de Integração Nacional. Por meio de uma parceria com a Universidade de Brasília (UnB), está sendo desenvolvida uma ferramenta digital para identificar e mapear áreas em que há potencial para a exploração de pastos apícolas, em especial para a exploração de apicultura e melipolinicultura orgânicas.

A iniciativa, chamada Apicultura Orgânica 4.0, já está em andamento. Ela visa desenvolver uma solução que otimize a localização dos apiários e meliponários e, consequentemente, a qualidade e a quantidade de mel produzido. O sistema vai ser desenvolvido com a utilização de drones, câmeras multiespectrais e deep learning. A ação prevê, ainda, a criação de um aplicativo de celular, que poderá ser utilizado por produtores que integram a Rota do Mel.

Recentemente, foram feitas visitas técnicas a áreas produtivas em Goiás e o projeto-piloto será implementado na região da Chapadinha, no Distrito Federal. Também será feito um mapeamento de propriedades que possam aplicar a ação nas proximidades de Anápolis (GO), com apoio do Instituto Federal Goiano (IFG). O projeto conta com investimento de R$ 1,3 milhão do MDR, repassado por meio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

“O mel orgânico tem mais valor agregado do que o tradicional. Por consequência, há valorização do produto a partir dos locais sem contaminação de metais pesados, bactérias danosas à saúde e derivados de pesticidas. A ideia é desenvolver solução tecnológica que seja acessível em smartphone para utilizar em qualquer parte do Brasil”, explica o coordenador-geral de Sistemas Inovadores e Produtivos substituto do MDR, Luiz Paulo de Oliveira. “Com isso, os produtores dos polos da Rota do Mel também poderão potencializar sua produção e gerar mais emprego e renda nas regiões em que estão inseridos”, completa.

Setor com grande potencial de expansão, a apicultura no Brasil é responsável pela geração de mais de 350 mil empregos diretos e indiretos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Atualmente, a Rota do Mel conta com nove polos estruturados: Polo Apícola do Norte de Minas (MG), Polo do Mel de Jandaíra (RN), Polo do Mel do Pampa Gaúcho (RS), Polo do Mel dos Campos de Cima da Serra (RS), Polo dos Sertões de Crateús e Inhamuns (CE), Polo do Mel do Semiárido Piauiense (PI), Polo do Mel do Semiárido Baiano (BA), Polo do Sudeste do Pará (PA) e Polo do Mel do Caparaó e Sul Capixaba (ES). A política pública alcança mais de 4 mil produtores, de 265 municípios. O volume de produção ultrapassa 9 mil toneladas do alimento.

Rotas

As Rotas são redes de arranjos produtivos locais associadas a cadeias produtivas estratégicas capazes de promover a inclusão produtiva e o desenvolvimento sustentável das regiões brasileiras priorizadas pela Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR). Buscam promover a coordenação de ações públicas e privadas em polos selecionados, mediante o compartilhamento de informações e o aproveitamento de sinergias coletivas a fim de propiciar a inovação, a diferenciação, a competitividade e a sustentabilidade dos empreendimentos associados, contribuindo, assim, para a inclusão produtiva, inovação e o desenvolvimento regional.

A coordenadora-geral de Sistemas Produtivos e Inovadores do MDR, Valquíria Rodrigues, reforça a importância das Rotas de Integração Nacional para os setores apoiados.

“Essa parceria tem contribuído para o desenvolvimento de um sistema eficaz de governança regional, com ações entre os agentes públicos ou privados, seja na gestão do financiamento, da capacitação, ou infraestrutura. Os resultados têm impacto positivo na geração de empregos e renda, fomenta a segurança, soberania alimentar e nutricional, estimulando o uso eficiente dos recursos naturais e exercício da cidadania”, afirma.

Atualmente, há 11 Rotas reconhecidas: do Açaí, da Biodiversidade, do Cacau, do Cordeiro, da Economia Circular, da Fruticultura, do Leite, do Mel, da Moda, do Pescado e da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Regional

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